Biografia
1956
No
dia 12 de fevereiro, nasce em Lavras (MG), Iriny Nicolau Corres Lopes.
Filha de pai grego (Nicolas Georges Korres) e mãe (Wanda Vitorino
Corres) brasileira, Iriny é a única dos cinco filhos que herda a veia
política do pai, comunista que fugiu da Grécia no final de 1949, quando
aumenta a perseguição dos grupos de extrema direita aos militantes de
esquerda.
Anos 70
Aos 19 anos, Iriny resolveu mudar para o
Espírito Santo, onde os pais já estavam, e casou-se com Flávio Lopes,
pai de seus três filhos: Flávia, Nicolas e Carolina.
Nesse
período, Iriny se juntou aos habitantes da região de Paul e São
Torquato, que iniciavam um movimento contra a poluição do pó de minério,
que além de sujar as casas, causava doenças respiratórias na população.
A partir desse movimento, foi criada a Associação de Moradores de Paul.
Nos anos posteriores, o vislumbrar do
fim da ditadura militar significou o aprofundamento da participação
popular na vida política do Brasil. Além de participar de diversas lutas
com os movimentos sociais como pelos direitos das mulheres, contra a
fome e pelo direito à água, Iriny integrou a Comissão Nacional de
Anistia no processo de redemocratização do país.
Nesse processo crescente de manifestações, Iriny Lopes ajudou na criação do Conselho Popular de Vitória.
Anos 80
Era fim dos anos 70, início dos 80.
Trabalhando no Sindicato dos Engenheiros, Iriny e os engenheiros Silvio
Ramos e Margareth Saraiva decidiram fundar a Cooperativa de Engenheiros
do ES, com o objetivo de reivindicar melhores condições para a
categoria.
Essa
cooperativa, junto com Associação dos Mutuários do Sistema Financeiro
de Habitação (Ascam), foi importante na defesa da moradia digna e do
direito à habitação para todos. Iriny, em função da luta pela moradia,
se tornou presidente da Ascam em 1982, cargo que ocupou por mais dois
mandatos, tendo, inclusive, apoiado a fundação da Associação de
Moradores de Jardim da Penha (Amjap), que até hoje é símbolo de luta por
qualidade de vida nesse bairro na área norte da capital.
A mobilização desses vários movimentos
resultou na Articulação Nacional de Solo Urbano (Ansur), em nível
nacional, da qual Iriny fez parte. A entidade debateu amplamente a
reforma urbana e foi parte importante na elaboração do capítulo sobre o
tema na Constituinte de 1988. Pode-se afirmar que o Estatuto das
Cidades, implantado no primeiro mandato do presidente Lula, é fruto
dessa ampla discussão.
Nessa época, Iriny participou ativamente
na fundação do PT, percorrendo todo o Estado. Iriny integra, desde a
fundação do partido, o Diretório Nacional do PT e foi, em três
oportunidades, presidente estadual do partido, além de ter sido a
coordenadora estadual de duas campanhas de Lula à Presidência do Brasil.
Anos 90
A defesa dos direitos civis, em especial
a proteção à pessoa, marcou a vida de Iriny Lopes de maneira especial
nas últimas décadas. O combate à violência e à impunidade fez dela amiga
do advogado e jornalista Ewerton Montenegro Guimarães, que, juntamente
com outros companheiros criaram o Fórum Reage-ES no final dos anos 90. O
combate à corrupção e ao crime organizado a colocou em situação de
risco de morte, motivando da proteção da Polícia Federal de 1999 a 2004,
amparada em determinação da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos .
Anos 2000
Decorrente do seu compromisso com a
defesa dos direitos humanos, Iriny foi eleita, com expressiva votação,
deputada federal em 2002, e foi reeleita em 2006. Durante sua atuação na
Câmara foi, por duas vezes, presidente da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias (CDHM), sendo a primeira mulher a presidir a comissão.
Na
Câmara, Iriny também integrou o Conselho de Ética da Câmara e relatou o
processo que culminou com a cassação do mandato do deputado André Luiz,
por tentativa de extorsão a um empresário carioca. Além disso, em 2009,
Iriny foi indicada relatora da CPI das Escutas Telefônicas
Clandestinas, condição na qual recomendou o indiciamento do banqueiro
Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, que em disputa com a Telecom Itália
pelo controle da Brasil Telecom utilizou métodos espúrios, dentre eles
grampos ilegais.
Iriny tem como marcas de sua trajetória
duas linhas de ação que, no seu entender, são complementares: o
desenvolvimento econômico e a defesa dos direitos humanos. Assim,
organizou seminários para debater a questão portuária, de exploração do
pré-sal, abordando as tecnologias e a qualificação necessárias para
inclusão de trabalhadores locais na cadeia produtiva, intercedendo junto
ao Governo Federal pelo desenvolvimento do Espírito Santo.
Sua
atuação também foi marcante como relatora da Lei Maria da Penha, na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), lei que criou mecanismos para
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Da bancada
federal do Espírito Santo, Iriny é a única a defender os direitos e a
cultura das comunidades tradicionais.
A partir de 2010, além de sua atividade parlamentar, Iriny assumiu a Secretaria de Relações Internacionais do PT.
2011-2012
No início de 2011, foi convidada pela
presidenta Dilma Rousseff para assumir a Secretaria de Políticas para as
Mulheres (SPM). Como ministra, dialogou intensamente com o Judiciário,
Ministério Público e Governos Estaduais para a implementação efetiva da
Lei Maria da Penha. No ministério, Iriny elegeu como prioridades o
enfrentamento à violência contra as mulheres e a elaboração de um
programa de autonomia econômica, social, política e cultural.
Iriny permaneceu como ministra da SPM até fevereiro de 2012, quando retornou para seu mandato na Câmara dos Deputados.
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